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segunda-feira, 25 de março de 2013

BATE-BOLA COM O PESQUISADOR: JÚLIO BOVI DIOGO

 

01. Qual seu nome completo, seu apelido (se tiver) e onde e quando nasceu?
Meu nome é Julio Bovi Diogo, nasci em Santos (SP) no dia 13 de dezembro de 1961.

02. Com que idade você começou a juntar material relacionado ao futebol e a desenvolver pesquisas sobre o tema “futebol”?
Comecei em 1972, comprando a revista Placar e sempre ia à seção Tabelão para ver os resultados.

03. O que faz atualmente em sua vida profissional? Sua profissão está relacionada às pesquisas sobre o futebol? Quanto tempo está na atual profissão? O que fazia antes?
Sou médico. E as pesquisas hoje para mim servem como uma terapia para tirar o stress da profissão. Sou formado há 25 anos.

04. Alguém o incentivou a começar as pesquisas? Lembra quando foi e de que forma? O que o levou a iniciar as pesquisas?
Ninguém me incentivou, foi algo natural. Gostava de ver os resultados e guardar tabelas dos campeonatos paulistas.

05. Qual a maior satisfação que as pesquisas lhe proporcionam ou proporcionaram?
Sem dúvida a de terminar a pesquisa, ver que o trabalho valeu a pena ao conseguir todo o material que esperava conseguir.

06. O que representa as pesquisas para você? É um hobby apenas? Quanto tempo de sua semana você dedica às pesquisas? Você é daqueles que regularmente vão até as bibliotecas? Sua família apoia você?
Para mim é um hobby e uma terapia. Sobre o tempo médio de pesquisas não tenho como falar, mas varia com a disponibilidade de horários e hoje com muitos jornais antigos sendo disponibilizados na internet ficou mais fácil fazer as pesquisas. Aqui em Santos (SP) tem a hemeroteca municipal com a coleção completa dos jornais “A Tribuna” e “Cidade de Santos”. Já diminuí bastante a ida até este local por ter se esgotado o que precisava pesquisar. Tem também o Centro de Memória De Vaney onde também já esgotei o que necessitava. Acho que dentro da média dos pesquisadores, a família não apóia a perda de tempo (para esposa e filhos) destas pesquisas.

07. Quais foram as suas maiores alegrias na “carreira” de pesquisador? E as maiores tristezas ou decepções?
A minha maior alegria foi ter terminado de levantar todos os jogos da Portuguesa Santista. As maiores decepções não foi ter conseguido ainda terminar o mesmo trabalho do Jabaquara e nestas pesquisas, por serem clubes de menor expressão, dificilmente os jornais publicavam as fichas técnicas das partidas.

08. Qual(is) a(s) pesquisa(s) que você fez e chamaria de inesquecível(is)?
A que chamo de inesquecível e que ainda não terminou foi uma em parceria com o colega Marcos Galves, de Sorocaba (SP), onde estamos fazendo um levantamento dos resultados de todas as divisões de acesso do futebol paulista desde 1948. Fizemos diversas viagens a bibliotecas e jornais do interior para levantar estes resultados, mas ainda falta uma porcentagem pequena de resultados.

09. E qual a sua pior pesquisa, aquela que você não gostaria de lembrar?
Não existe. Quando me proponho a pesquisar sei que ao seu final irá me dar satisfação pessoal, mesmo que o resultado não seja completo.


10. Descreva um fato pitoresco presenciado por você acontecido durante as pesquisas em bibliotecas, centros de documentação ou outros.
Aconteceu há pouco tempo com o colega Rodolfo Stella. Fui um sábado ao Arquivo do Estado em São Paulo e vi um rapaz conversando muito com outro e olhava para ele, e pensava, conheço ele de algum lugar, mas me dirigi para uma mesa e ele para outra e depois nos desencontramos. Alguns dias depois mandei um email para ele e perguntei se ele tinha ido lá e ele confirmou que sim...

11. O que tira você do sério em relação à conduta de alguns pesquisadores?
Sem dúvida são duas: primeiro o desrespeito ao patrimônio público, quando “pesquisadores” cortam páginas de jornais e levam este material embora. O segundo é o egoísmo de alguns pesquisadores que não querem fornecer a outros o material pesquisado. Este material fica guardado, muitos morrem e a família simplesmente joga no lixo.

12. Qual o local de pesquisa mais organizado que você já visitou?
Não conheci nenhum tão desorganizado assim. Todas as bibliotecas e arquivos público, na minha opinião, são bem organizados e sobrevivem assim graças a alguns funcionários que os preservam de forma exemplar.

13. E qual o arquivo particular mais interessante que você já teve a satisfação de poder visitar ou de saber de sua existência?
Conheci poucos arquivos particulares, por isso não poderia responder com exatidão esta pergunta, pois poderia ser injusto com alguém.

14. Em geral, quais são as maiores qualidades e defeitos de um pesquisador?
A maior qualidade que ocorre com a grande maioria é o poder de se agregar e se tornar um grande amigo. O defeito é se achar esperto, mas este para mim não é considerado pesquisador.

15. Que sugestões você daria para todo pesquisador com a finalidade de facilitar as pesquisas?

Ajudar a quem solicita algum material, mas sem dúvida antes perguntar aos demais amigos se conhece o solicitante.

16. Qual seu time do coração? Você faz ou fez pesquisas relacionadas a ele? Mantém contato com outros pesquisadores especializados em seu time do coração? Como é a sua convivência com estes?
Meus times de coração são a Portuguesa Santista e o São Paulo. Do São Paulo as pesquisas sobre ele são amplas, mas da Portuguesinha acho que sou único.

17. Quais suas sugestões e expectativas em relação às pesquisas em seu Estado? Acha que é possível reunir os pesquisadores regularmente em encontros de confraternização?
Seria uma ótima ideia reunir periodicamente o pessoal. Sei que no Rio Grande do Sul existe uma reunião entre vários pesquisadores. Aqui em São Paulo isto ainda não vingou, mas quem sabe num futuro próximo.

18. Você já publicou algum livro, monografia, CD ou DVD relacionados ao futebol? Tem algum trabalho no “forno”?
Publiquei alguma coisa de forma bem artesanal, sem a qualidade gráfica das grandes publicações. No “forno” tenho vários materiais, mas o problema é o interesse do público e a vendagem do material.

19. Você participa de algum blog ou site especializado em pesquisas sobre o futebol?
Participo do RSSSF Brasil, do História do Futebol e do Arquivos do Futebol Brasileiro. Mas mando material a todos que me pedem dos mais diversos blogs e sites, que não saberia enumerar.

20. Quais são seus projetos de pesquisas para o futuro?
Com estes jornais disponibilizados on-line, estou tentando pesquisar as divisões de acesso do futebol paulista das décadas de 10, 20 e 30.

21. Na sua opinião, qual foi o melhor pesquisador que já tivemos em nossa história?
Para mim, o meu grande inspirador foi o saudoso Mauro Pinheiro, de São Paulo (SP).

22. Um sonho que você ainda não realizou em suas pesquisas.
O meu sonho é a disponibilização on-line do acervo da Gazeta Esportiva, que seria uma fonte inesgotável de informações. Dizem que isto ocorrerá em breve.

23. Finalizando, deixe o seu recado ou impressões sobre as pesquisas, sobre o blog e também sobre outro tema qualquer.
Falo aos pesquisadores que este nosso trabalho não é reconhecido, mas serve como satisfação pessoal e por fazermos amizades duradouras. A minha amizade com o criador deste blog, apesar de nunca nos conhecermos pessoalmente, já passou dos 30 anos !!!

3 comentários:

  1. Olá amigo, tudo bem? Sou jornalista e pesquisador sobre futebol, principalmente baiano, e gostaria muito de falar com o Júlio. Poderia fazer essa ponte pra mim? Desde já, agradeço pela atenção.

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