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domingo, 28 de abril de 2013

BATE-BOLA COM O PESQUISADOR: Sérgio Santos

 
 
01. Qual seu nome completo, seu apelido (se tiver) e onde e quando nasceu?
Meu nome é Sérgio da Silva Santos (Sérgio Santos), nasci em Brasília-DF, no dia 09 de agosto de 1975.

02. Com que idade você começou a juntar material relacionado ao futebol e a desenvolver pesquisas sobre o tema “futebol”?
Comecei a guardar material sobre futebol com 11 anos de idade. Anotava as escalações das partidas no jornal GAZETA ESPORTIVA e depois conheci a revista PLACAR, edição dos Campeões de 1986 e o Tabelão. Fiquei fascinado com tanto resultado de jogo (risos). Passei a desenvolver pesquisas em 1990, quando passei a ler todos os anos o Guia do Campeonato Brasileiro. Vendo os retrospectos históricos entre os clubes, comecei a montar os resultados, daí peguei gosto pelo negócio e não parei mais.

03. O que faz atualmente em sua vida profissional? Sua profissão está relacionada às pesquisas sobre o futebol? Quanto tempo está na atual profissão? O que fazia antes?
Trabalho na área de vendas e o que faço não tem nada a ver com futebol. Anteriormente trabalhava no ramo de combustíveis.

04. Alguém o incentivou a começar as pesquisas? Lembra quando foi e de que forma? O que o levou a iniciar as pesquisas?
A culpa é da PLACAR (risos). Como disse anteriormente, foi em 1986.

05. Qual a maior satisfação que as pesquisas lhe proporcionam ou proporcionaram?
A maior satisfação que uma pesquisa já me proporcionou foi recentemente, quando fiz o levantamento dos jogos da carreira de um atleta que está em atividade aqui em Mato Grosso. No dia 23 de fevereiro ele completou 350 partidas disputados por clubes em Mato Grosso, desde 1996. Ver a repercussão que gerou me causou uma alegria muito grande e fiquei motivado a fazer de outros atletas.

06. O que representa as pesquisas para você? É um hobby apenas? Quanto tempo de sua semana você dedica às pesquisas? Você é daqueles que regularmente vão até as bibliotecas? Sua família apóia você?
As pesquisas para mim representam algo muito importante. Pena que em nosso país é considerado como hobby. Hoje em dia não me dedico quase nada a fazer pesquisas, devido à falta de tempo, até mesmo porque moro num estado onde os locais para pesquisas são escassos, tendo apenas o Arquivo Público para se visitar. Minha família é neutra em relação a isso.

07. Quais foram as suas maiores alegrias na “carreira” de pesquisador? E as maiores tristezas ou decepções?
A minha maior alegria como pesquisador foi quando, em 1999, encontrei um monte de súmulas de futebol das décadas de 40, 50 e 60, atas de reuniões etc e consegui levar um pouco pra casa. A minha maior decepção foi quando, alguns anos depois, retornei ao local para ver se conseguia o restante. Aí já não estavam mais lá e ninguém sabe do paradeiro até hoje. Só de lembrar me causa arrepio.

08. Qual(is) a(s) pesquisa(s) que você fez e chamaria de inesquecível(is)?
Todas as pesquisas são inesquecíveis pra mim. Quando você pega um jornal e acha a informação que procura, solta aquele grito de alegria por dentro e a satisfação por ter conseguido.

09. E qual a sua pior pesquisa, aquela que você não gostaria de lembrar?
A pior pesquisa, não somente pra mim, mas acho que pra todos que pesquisam é aquela a qual não se obtém a informação procurada. Daí não gosto de ficar lembrando, pois me causa frustração por não ter completado o trabalho.

10. Descreva um fato pitoresco presenciado por você acontecido durante as pesquisas em bibliotecas, centros de documentação ou outros.
Diria três fatos pitorescos. A primeira foi em 1990, na biblioteca da escola onde eu estudava. Achei um Almanaque Abril da década de 70. Folheando ele, achei umas páginas de esporte com todos os resultados das Copas do Mundo e Copa América da história. Não pensei duas vezes. Destaquei e coloquei dentro do meu caderno. A segunda foi em 1994. Eu achei um livro com muita informação sobre a história da Seleção na Copa América. Eu peguei o livro e levei pra casa, escondido (risos). A terceira e última foi pesquisar no cemitério (risos). Estava fazendo um levantamento de ex-jogadores daqui de Cuiabá, aí como muitos já se foram e sei o nome completo de muitos, num dia de finados fui pesquisar a data de nascimento nos jazigos. Por incrível que pareça encontrei alguns (risos).

11. O que tira você do sério em relação à conduta de alguns pesquisadores?
Aqui em Cuiabá quase não tenho contato com pesquisadores. Mas percebo que os poucos que tem são muito egoístas, pois não gostam de divulgar as informações que possuem em seus acervos. Uma vez entrei em contato com um, ele foi muito mal educado comigo.

12. Qual o local de pesquisa mais organizado que você já visitou?
O local mais organizado que já visitei foi o Arquivo Público de Cuiabá. Lá ficam todos os jornais antigos e de fácil acesso, com funcionários que atendem bem.

13. E qual o arquivo particular mais interessante que você já teve a satisfação de poder visitar ou de saber de sua existência?
Ainda não tive o privilégio de conhecer nenhum arquivo particular.

14. Em geral, quais são as maiores qualidades e defeitos de um pesquisador?
Como pesquisador que sou, digo que as maiores qualidades são a persistência e a vontade de concluir um trabalho de pesquisa. Os defeitos, deixo para aqueles que não são pesquisadores falarem.

15. Que sugestões você daria para todo pesquisador com a finalidade de facilitar as pesquisas?

A sugestão que dou é criar uma espécie de banco de dados em nosso país para ser alimentado pelos pesquisadores, juntamente com as fontes, para que futuros pesquisadores não encontrem as dificuldades que os pesquisadores dos quatro cantos do Brasil têm.

16. Qual seu time do coração? Você faz ou fez pesquisas relacionadas a ele? Mantém contato com outros pesquisadores especializados em seu time do coração? Como é a sua convivência com estes?
Meu time de coração é o São Paulo Futebol Clube, desde 1985. Já quis pesquisar sobre o clube, mas a minha prioridade é procurar coisas relacionadas ao meu Estado, Mato Grosso. Não mantenho contato com pesquisadores a respeito do time que torço.

17. Quais suas sugestões e expectativas em relação às pesquisas em seu Estado? Acha que é possível reunir os pesquisadores regularmente em encontros de confraternização?
Não mantenho expectativas com relação às pesquisas no meu Estado devido à falta de interesse pela história do futebol. Gostaria que houvesse uma confraternização com os pesquisadores de todo o Brasil.

18. Você já publicou algum livro, monografia, CD ou DVD relacionados ao futebol? Tem algum trabalho no “forno”?
Já fiz um trabalho de monografia, em 2008, num concurso denominado escreva A HISTÓRIA DO FUTEBOL MATOGROSSENSE. Tenho vontade de fazer um livro contando a história do futebol de Mato Grosso.

19. Você participa de algum blog ou site especializado em pesquisas sobre o futebol?
Participo do blog: http://arquivosdofutebolbrasileiro.blogspot.com.br/  ARQUIVOS DO FUTEBOL BRASILEIRO e http://www.facebook.com/pages/Futebol-Cuiabano/391010047654392 FUTEBOL CUIABANO

20. Quais são seus projetos de pesquisas para o futuro?
O meu projeto para o futuro é publicar um livro contando toda a história do futebol de Mato Grosso.

21. Na sua opinião, qual foi o melhor pesquisador que já tivemos em nossa história?
Na minha opinião o maior pesquisador da história é aquele que publicou aquele livro que você tanto queria ler. Eu particularmente me fascinei com o Caminho da Bola, com todas as fichas técnicas da história do Campeonato Paulista. Com os Almanaques dos clubes que foram publicados. E todos aqueles relacionados às estatísticas entre clubes.

22. Um sonho que você ainda não realizou em suas pesquisas.
Conseguir reunir todas as fichas técnicas da história dos campeonatos de Mato Grosso, desde 1936.

23. Finalizando, deixe o seu recado ou impressões sobre as pesquisas, sobre o blog e também sobre outro tema qualquer.
Parabéns pela iniciativa de reunir todos os pesquisadores. Espero que seja o inicio de uma revolução para que num futuro próximo todas as informações possíveis sobre futebol sejam divulgadas e dada a devida importância na história do nosso país.

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