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sábado, 15 de junho de 2013

BATE-BOLA COM O PESQUISADOR: Márcio Almeida



01. Qual seu nome completo, seu apelido (se tiver) e onde e quando nasceu?
Marcio Silva de Almeida, Marcio Almeida, nasci no Gama/DF aos 06/05/1969.

02. Com que idade você começou a juntar material relacionado ao futebol e a desenvolver pesquisas sobre o tema “futebol”?
Desde a adolescência juntei material. Fui colecionador de figurinhas, joguei bola, futebol de mesa, mas minha vida como pesquisador somente teve início em 2009.

03. O que faz atualmente em sua vida profissional? Sua profissão está relacionada às pesquisas sobre o futebol? Quanto tempo está na atual profissão? O que fazia antes?
Sou servidor público e trabalho na Justiça. Como o Direito é muito amplo e sou bacharel em Direito fiz pós-graduação em Direito Desportivo, embora meu dia a dia não seja esse, pois atuo na área da Justiça Infanto-Juvenil. Trabalho a 15 anos no atual emprego e anteriormente trabalhei no Banco Bradesco e Banco do Brasil.

04. Alguém o incentivou a começar as pesquisas? Lembra quando foi e de que forma? O que o levou a iniciar as pesquisas?
Sempre quis comprar um livro sobre o futebol de Brasília e nunca encontrei algum nas livrarias ou nas bancas. Com muito custo fiquei sabendo que tinham alguns livros publicados pelo jornalista Gustavo Mariani, mas com edições esgotadas, foi então que resolvi a começar a pesquisar e a encontrar outros pesquisadores.
Com certeza, um dos incentivadores foi José Ricardo Almeida que me relatou um pouco daquilo que ele já tinha encontrado.

05. Qual a maior satisfação que as pesquisas lhe proporcionam ou proporcionaram?
Sem dúvida foi conhecer pessoas e histórias que eu nunca tinha imaginado que poderia existir. Como consequência, fiquei sabendo como a população do Distrito Federal surgiu e cresceu, passei a conhecer as raízes do povo candango e parte da história da nação brasileira com os relatos de quem fez parte da história.

06. O que representa as pesquisas para você? É um hobby apenas? Quanto tempo de sua semana você dedica às pesquisas? Você é daqueles que regularmente vão até as bibliotecas? Sua família apoia você?
Para mim as pesquisas são fonte de cultura, é impossível folhear um jornal antigo e não dar uma olhada nas notícias políticas, econômicas e sociais e compreender um pouco de cada época.
Esse trabalho no início era um hobby, mas a partir dele muitos convites vieram, hoje sou cronista esportivo registrado na associação do DF, colunista em site de esporte, por isso, virou um segundo trabalho também.
Não posso determinar quanto tempo fico pesquisando, pois quando a gente faz algo por prazer o que importar é chegar ao final do trabalho não se importando quando tempo, é como perguntasse à uma criança quanto ela ficou saboreando um sorvete ao invés de perguntar se ela gostou ou não do sabor.
Minha família sabe o quanto gosto do que faço, por isso, me apoia e porque sempre incluo ela, de alguma forma, na tarefa e ela passa a ser partícipe da obra.

07. Quais foram as suas maiores alegrias na “carreira” de pesquisador? E as maiores tristezas ou decepções?
Encontrar pessoas que só conhecia pela imprensa e poder participar de alguma forma da vida delas foram as grandes alegrias, mas em saber como que nossa sociedade não guarda e não preserva sua própria história é muito triste.

08. Qual(is) a(s) pesquisa(s) que você fez e chamaria de inesquecível(is)?
De 2009, quando começou, até agora, talvez por por sorte ou por intuição, só pesquisei coisas que classifico como inesquecíveis.

09. E qual a sua pior pesquisa, aquela que você não gostaria de lembrar?
Como ainda não fiz nenhuma pesquisa decepcionante, espero não encontrar uma dessas no futuro.

10. Descreva um fato pitoresco presenciado por você acontecido durante as pesquisas em bibliotecas, centros de documentação ou outros.
Como todos sabem, em toda minha pesquisa procuro encontrar o personagem ou algum parente dele para saber se os fatos relatados foram condizentes com a realidade. Na minha primeira ida ao IHGDF (Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal) fui atendido por uma professora que me atendeu e falei que queria algo sobre a cidade do Gama, pois estava pesquisando sobre o time de futebol de lá, ela ficou surpresa e disse que o pai dela tinha sido técnico do time. Quando ela me falou o primeiro nome dele e eu imediatamente completei, ela ficou muito surpresa. Finalmente tinha encontrado um dos fundadores da Sociedade Esportiva do Gama e técnico da equipe alviverde.

11. O que tira você do sério em relação à conduta de alguns pesquisadores?
São tão poucos que não chegamos a ter contato frequente, mas independente de quem seja o fato de alguém rabiscar, rasgar ou extraviar uma fonte de pesquisa que pode servir para outra pessoa no futuro é motivo de raiva.

12. Qual o local de pesquisa mais organizado que você já visitou?
Biblioteca da Câmara dos Deputados, IHGDF e Arquivo Público do DF.

13. E qual o arquivo particular mais interessante que você já teve a satisfação de poder visitar ou de saber de sua existência?
O acervo dos jogadores gamenses Santana, Fantato e Manoel Ferreira e do goleiro Gaguinho do Rabello.

14. Em geral, quais são as maiores qualidades e defeitos de um pesquisador?
A maior qualidade e o maior defeito é a persistência, pois o pesquisador quer encontrar a qualquer custo, e às vezes está tão afoito que incomoda algumas pessoas várias vezes. Peço desculpas a alguns entrevistados, pois preciso extrair deles o maior número de informações possíveis para que o trabalho seja bem feito e nem sempre o entrevistado está disponível ou se lembra do fato ocorrido.

15. Que sugestões você daria para todo pesquisador com a finalidade de facilitar as pesquisas?
Se organizar e se manter informado sobre o assunto a ser pesquisado.

16. Qual seu time do coração? Você faz ou fez pesquisas relacionadas a ele? Mantém contato com outros pesquisadores especializados em seu time do coração? Como é a sua convivência com estes?
Meu time é a Sociedade Esportiva do Gama pelo qual iniciei pesquisando a história e, apesar de serem poucos pesquisadores, sempre que posso recorro a eles sobre algum detalhe que eu não saiba. Pesquisa é um trabalho interativo, então troca de informações com os colegas é imprescindível, uma razão a mais de se ter e fazer novos amigos.

17. Quais suas sugestões e expectativas em relação às pesquisas em seu Estado? Acha que é possível reunir os pesquisadores regularmente em encontros de confraternização?
Que as próprias agremiações esportivas e a Federação Brasiliense de Futebol passe a apoiar ativamente esse tipo de trabalho, pois a recepção pelo público esportivo é muito grande e evita que a história do futebol local se perca. Acho interessante o encontro regular do grupo de pesquisadores, mas entendo que alguns tenham limitação de tempo pois exercem outra profissão além de pesquisador.



18. Você já publicou algum livro, monografia, CD ou DVD relacionados ao futebol? Tem algum trabalho no “forno”?
Em 2009, publiquei o DVD “Escrete 79: os bastidores de uma conquista”, contando como a Sociedade Esportiva do Gama conquistou seu primeiro título candango; em 2011, apresentei como trabalho de especialização em Direito Esportivo a monografia “O Estádio Bezerrão à luz do Estatuto do Torcedor”; em 2012, lancei o DVD “Coenge Futebol Clube - campeão brasiliense de 1969: a história do Leão do Gama, recentemente apresentei a monografia “Memorial Gamense –preservando a história do futebol na cidade do Gama” como trabalho de especialização em História Cultural do Brasil e lançarei os livros “Gaminha – 50 anos de tradição e conquista”, “50 anos de Futebol Amador na cidade do Gama” e um outro, em parceria com o pesquisador José Ricardo Almeida, “Rabello Futebol Clube: tetracampeão do Distrito Federal: o papa-títulos de Brasília na década de 60”.

19. Você participa de algum blog ou site especializado em pesquisas sobre o futebol?
Criei o site Memorial Gamense voltado a divulgar minhas pesquisas sobre o futebol amador e profissional na cidade do Gama, assim como todo o acervo que tenho sobre o tema.

20. Quais são seus projetos de pesquisas para o futuro?
Lançar os livros que estão na fase de acabamento e em 2015 lançar um livro contando a história da Sociedade Esportiva do Gama.

21. Na sua opinião, qual foi o melhor pesquisador que já tivemos em nossa história?
No brasil admiro bastante Celso Unzelte e Paulo Vinícius Coelho do ESPN e aqui em Brasília fui inspirado nos trabalhos de Gustavo Mariani e José Ricardo Almeida. Para mim, são pessoas os melhores na área esportiva, além de apreciar bastante as pesquisas de Paulo Bertran e Adirson Vasconcelos sobre a história do Distrito Federal.

22. Um sonho que você ainda não realizou em suas pesquisas.
Arrumar um lugar onde o público tenha acesso ao material pesquisado e possa conhecer a nossa história esportiva.

23. Finalizando, deixe o seu recado ou impressões sobre as pesquisas, sobre o blog e também sobre outro tema qualquer.
Na minha opinião, espaços como este devem ser elogiados, pois aqui será um ponto de encontro virtual para todos aqueles que pesquisem possam saber o que os outros pesquisadores estão fazendo ou pretendem fazer e, quem saber, poder colaborar com o colega. Ótima iniciativa.